Rotas dos Azulejos - Linha do Minho
21 IMPORTÂNCIA DOS AZULEJOS NAS ESTAÇÕES E NOS EDIFÍCIOS Segundo Pedro Vieira de Almeida, “é de sublinhar o ser, não no interior dos edifícios, mas no exterior, que parece ter residido a maior preocupação com o revestimento azulejar temático. Seja quanto à utilização de motivos historiados, seja quanto a preocupações de enquadramento dos painéis, seja quanto à evocação das atividades económicas ou figuras socialmente significativas de cada região. Em grande parte das estações podemos distinguir o tratamento que é dado para o lado da linha do tratamento que é dado para o lado da povoação servida. A lógica, de qualquer maneira não totalmente sistemática, parece ter sido a de considerar estações particularmente de passagem, tratando aí privilegiadamente o lado da linha, ou estações de previsível permanência, nesse caso dando prioridade ao lado da povoação”, com exceção dos casos de Caminha e Rio Tinto onde ocorre dos dois lados. “Os motivos geométricos que se vão disseminar pelo exterior e interior das estações correspondem a uma decisão centralizada para um genérico embelezar das estruturas de acolhimento, consideradas as nossas ‘salas de visitas’, face a um recrudescimento turístico que, à data da colocação dos azulejos, sobretudo nos anos 40, se previa e estimulava. E fazê-lo de forma expedita, impunha alguma normalização formal. Conseguiu- se, assim, em reduzido espaço de tempo, encontrar soluções plásticas para os diversos casos, empregando limitado número de padrões geométricos, introduzindo pequenas variantes controláveis com facilidade, de resto com notável capacidade inventiva. É uma solução de inegável inteligência pragmática.”
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