Rotas dos Azulejos - Leopoldo Battistini

18 Para prevenir eventual concorrência do por- to de Vigo e “animar o comércio marítimo do Porto”, bem como ultrapassar os naturais constrangimentos da barra do Douro à navegabilidade, a construção de “um porto artificial sobre a costa” ligado ao Porto por uma “via férrea” foi a solução apontada, em 1856, por D. Pedro V. Todavia, desde 1888, a Alfândega do Porto foi servida por comboio, a partir de Campa- nhã - à época términus Linha do Norte, via Ponte Maria Pia construída pela Casa Eiffel – estação de origem das linhas do Minho e Douro, donde saíra para Braga, em maio de 1875, o primeiro comboio que circulou a norte do rio Douro. Apesar de outras soluções -, nomeada- mente pela marginal do Douro, e muita polémica onde entrava a Companhia das Docas e dos Caminhos de Ferro Peninsula- res -, aprovada que estava, desde o início do século XX, a construção da Linha de Circunvalação do Porto, entre Contumil e Leixões, como complementar das do Minho e Douro, ultrapassou-se as dificuldades da navegação fluvial e do limitado espaço da estação de Alfândega para o movimento de mercadorias. A linha, bem como a concordância entre S. Gemil e Ermesinde para melhor servir o comércio do vinho transportado pela Linha do Douro, custeada pelo Fundo Especial de Caminhos de Ferro, foi inaugurada em setembro de 1938, já em plena gestão da CP que, desde 1927, era arrendatária das linhas do Caminhos de Ferro do Estado-Mi- nho e Douro e Sul e Sueste. No momento, foram abertas ao público as estações de São Gemil, São Mamede de Infesta, Leça do Balio e Leixões e os apeadeiros de Triana, Ponte do Carro e Gondivinho. Partindo de Contumil, - estação de bifurca- ção, que servia há anos para resguardo e classificação de material circulante e onde seriam instalados serviços ferroviários de manutenção de comboios, – a linha, com potencial para serviço suburbano de pas- sageiros, e que permitia expandir a cidade do Porto, foi construída em via única, mas preparada com plataforma e obras de arte para via dupla. Eletrificada em 1998, servindo os concelhos de Porto, Valongo, Gondomar, Maia e Mato- sinhos, além do importante serviço de mer- cadorias e da intermitência da exploração para passageiros, a sua proximidade com algumas estações do Metro do Porto con- fere à linha de Leixões um valor estratégico de interface para promoção da mobilidade e da sustentabilidade ambiental. Linha da Cintura do Porto, Linha de Leixões História

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